21 de julho de 2011 • 15h43
Cena do novo longa do super-herói
Foto: Divulgação
Era 1941 e o criador de histórias em quadrinhos Joe Simon queria colocar um rosto no patriotismo "ianque": assim criou o Capitão América, um jovem do Brooklin transformado em super-herói e que representa "tudo o que faz dos Estados Unidos o melhor lugar do mundo para se viver". Agora, aos 97 anos, o artista contou tudo sobre a origem do herói e falou sobre a felicidade de ver a nova adaptação - "tudo o que esperava há décadas" -, dirigida por Joe Johnston, e que estreia no Brasil no dia 29.
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"Quando tinha oito anos, minha turma recebeu a visita de um ex-combatente da Guerra de Secessão", lembrou. "O idoso apertou a mão de cada criança no local e disse: "deem a mão a quem a estendeu a Abraham Lincoln". Isto me marcou para o resto da vida e foi assim que empreendi a busca por um super-herói para os Estados Unidos".
Em 1941, criou com Jack Kirby o Capitão América. "Nossos pais eram alfaiates imigrantes, sempre fomos muito patriotas e penso que isto se fez notar em nosso trabalho", explicou. O componente político, embora tenha desaparecido com o passar dos anos, era muito forte nas primeiras aventuras do personagem. "Como o primeiro inimigo do Capitão América era Hitler, isso nos forçava nos anos 1940 a cultivar o lado político das histórias. Mas a maioria das aventuras que produzimos (mais à frente), Kirby e eu, não eram fundamentalmente patrióticas. Os heróis combatiam vilões e monstros".
O Capitão América "foi criado para divertir, não era propaganda, embora isso não tenha impedido que os simpatizantes nazistas nos Estados Unidos nos criticassem". Joe lembra aquela era de ouro na qual os Estados Unidos, em um período de alguns anos, dotou-se através das histórias em quadrinhos de todos os super-heróis possíveis e imagináveis, inclusive até em excesso.
"A indústria das histórias em quadrinhos começou com o Super-Homem e, quando os super-heróis começaram a ter sucesso, todas as editoras quiseram subir nesse trem", disse. Mas, segundo ele, depois da Segunda Guerra Mundial, muitos dos novos personagens não conseguiram mercado, pois havia uma saturação de personagens desse tipo nas bancas. Se eles ainda têm sucesso hoje em dia - em grande parte graças à sua exploração industrial no cinema - isso ocorre porque combinam "poder e diversão", segundo Simon. "Se você tem superpoderes, pode enfrentar o mundo que te rodeia".
"Capitão América é outra vez popular porque o mundo está em um lugar muito perigoso e é um herói que pode nos ajudar a atravessar momentos difíceis", disse. Após a risível adaptação de sua criação, realizada em 1990 em um filme de baixo orçamento do americano Albert Pyun - frequentemente comparado a Ed Wood por sua grande contribuição à cultura da lorota -, Simon se alegra em ver finalmente na grande tela um "Capitão América" mais parecido com sua criação original.
"Reconheço o personagem que Jack Kirby e eu criamos há 70 anos. Por um lado, porque o filme ocorre durante a Segunda Guerra Mundial, mas, sobretudo, porque volta à história original. É um dos motivos pelos quais este filme se parece com o que esperei durante décadas. Já era a hora!", concluiu.
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