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1 – Os antigos romanos tinham algumas práticas medicinais bem insanas; uma delas era a crença de que o sangue dos gladiadores podia curar a epilepsia. Eles depositavam tanta fé nesse poder curativo, que, quando um gladiador morria e seu corpo era retirado da arena, os vendedores ofereciam o sangue dele  ainda quente para a multidão. Por volta do ano 400, quando os combates de gladiadores foram proibidos, as pessoas voltaram-se para o sangue dos criminosos executados.


2 – Na Roma Antiga, os canhotos eram considerados azarados e não confiáveis. A palavra sinistro, que em nossa língua usamos geralmente em associação com algo negativo,  na verdade vem do latim e seu significado original era "a esquerda". Com o tempo, a superstição associada às pessoas canhotas, transformou a palavra no termo ideal para definir coisas indesejadas. Gladiadores canhotos, entretanto, eram considerados especiais. A vantagem deles é que eram treinados para lutar com destros, mas seus adversários não estavam acostumados a serem abordados por lutadores sinistros, ficando mais vulneráveis a um ataque da mão esquerda. Quando o combate envolvia um gladiador canhoto, essa característica era realçada nos anúncios da luta.

3 – Pecunia non olet significa "dinheiro não tem cheiro". Esta frase foi cunhada como resultado do imposto sobre a urina cobrado pelos imperadores romanos Nero e Vespasiano. As classes mais baixas da sociedade romana urinavam em potes que eram esvaziados em fossas públicas. Então, a urina era recolhida e servia como valiosa  matéria-prima para uma série de processos químicos: era usada no curtimento do couro, como fonte de amoníaco para limpar e branquear lã, e, segundo relatos isolados, a urina pode ter sido utilizada até mesmo como um clareador de dentes. Quando o filho de Vespasiano, Tito, queixou-se sobre a natureza repugnante do imposto, seu pai mostrou-lhe uma moeda de ouro e proferiu a famosa frase. Esta sentença é usada ainda hoje para mostrar que o valor do dinheiro não está contaminado por suas origens.

4 – Os romanos eram um povo muito limpo ( apesar de beberem sangue de gladiadores e clarearem os dentes com urina ). Eles se banhavam regularmente em banhos públicos. Em Roma, existia duas fontes principais de água: água de alta qualidade para beber e de qualidade inferior para o banho. No ano 600 antes de Cristo, o rei Tarquínio Prisco decidiu construir um sistema de esgoto sob a cidade. O sistema que escoava para o rio Tibre, se mostrou tão eficaz que  permanece em uso até hoje ( logicamente, agora está conectado à moderna rede de esgotos).  O sucesso, de fato foi tão grande, que logo foi imitado em todo o Império Romano. 


5 – Os romanos usavam cães de guarda para proteger as casas. E não é só isso: eles também foram pioneiros no uso do aviso "Cuidado com o Cão", conforme mostra a imagem acima.

6 – Diferente da crença popular, não era com o polegar que o imperador indicava qual o veredicto de um gladiador derrotado. O imperador mostrava a mão aberta ou fechada. Quando aberta significava: "Poupe a vida dele" e fechada: "Mate-o". Se um gladiador matasse seu oponente antes da permissão imperial, ele seria levado a julgamento por assassinato, já que somente o imperador tinha o direito de condenar um homem à morte.

7- Em Roma havia muitas profissões extravagantes, o planejador de orgias era uma delas. Esse interessante profissional se encarregava de organizar as festas para os ricaços da cidade. Ele providenciava a comida, a bebida, os músicos, a hospedagem para os convidados; e, é claro, ele contratava  prostitutas para a festinha. A desvantagem do trabalho é que a profissão não era muito bem vista por alguns membros da sociedade, especialmente por aqueles que nunca foram convidados para as orgias.

8 – Para restaurar as bases morais do matrimônio e coibir comportamentos escandalosos, o imperador Augusto promulgou no ano 17 antes de Cristo a Lex Iulia de Adulteriis Coercendis. Nesta lei, se o marido flagrasse a mulher com outro homem, ele podia matar o amante da esposa e estava obrigado a divorciar-se dela, caso contrário ele seria acusado de lenocinum, ou seja: consentimento ao adultério cometido pela mulher. Ademais, o marido traído podia reter o amante da esposa por 20 horas, para que ele testemunhasse o fato vergonhoso. Nessa longa espera, era costume sodomizar o pobre coitado usando um rábano, um escravo núbio ( por razões que você deve imaginar ), ou pelo próprio marido enganado. Conclusão: era preciso pensar mil vezes antes de pular a cerca.


9 – Todos nós conhecemos a imagem do imperador Nero tocando harpa enquanto Roma agoniza em chamas, contudo isso não passa de folclore. A maioria do historiadores modernos concorda que Nero não se encontrava em Roma quando o fogo começou, ele estava em Antium e assim que soube do desastre, retornou à Roma para organizar o combate ao incêndio e o socorro às vítimas. Contudo, Tácito nos conta que o povo procurava um bode expiatório e espalhava o boato de que Nero havia posto fogo na cidade. Então, o imperador para livrar a própria pele, lançou a culpa em uma seita sem muita importância: os cristãos. Eles foram jogados às feras, crucificados, queimados vivos, entre outros martírios que fogem à nossa compreensão.

10 – Por mais exótico que possa parecer, havia uma íntima colaboração entre os padeiros e as prostitutas na Roma Antiga. Os padeiros eram fornecedores das Aelicariae, prostitutas que trabalhavam no pátio dos templos e que, além dos favores sexuais, vendiam pequenos bolos feitos na forma da genitália masculina ou feminina. A maioria dos padeiros também alugava quartos em seus porões para as meretrizes, mas, uma vez que estas instalações eram frequentemente invadidas por fiscais à procura de  prostitutas não licenciadas, quem frequentava esses lugares tinha que  entrar e sair o mais rápido possível. Eis aí a origem da famosa "rapidinha".