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FUNDO DO POÇO

Caminhos subterrâneos avançam até 15 metros por dia

1. Tudo começa com a escavação dos poços de acesso. Esses buracões são as portas para a obra subterrânea: quando vão virar uma estação, os poços possuem de 30 a 40 metros de diâmetro. Quando servirão como saída de ventilação, o diâmetro chega a 12 metros

2. Cada poço de acesso possui algum tipo de guincho para fazer o transporte de carga entre a superfície e o subterrâneo. As gruas são estruturas em T e os pórticos têm o formato de um U invertido. Os usados na obra do metrô de São Paulo, por exemplo, suspendem até 50 toneladas

3. Com o poço de acesso aberto, é hora de fazer o túnel de 9,5 metros de diâmetro por onde passarão os trilhos. Quando o terreno é rochoso, usam-se explosões para abrir caminho. Cada detonação avança em média 1 metro e solta até 300 toneladas de pedras, retiradas do túnel por caminhões

4. As detonações usam um explosivo em gel. Para cada explosão, são necessários 70 a 140 kg de explosivos na forma de bisnagas, introduzidas em buracos na rocha feitos por uma perfuratriz hidráulica. A explosão gera um ruído de cerca de 130 decibéis, pouco mais que uma turbina de avião!

5. Alguns tubos importantes ligam a superfície ao túnel. Há um grande cano de ventilação, um para a descida de concreto, um para bombear a água que vaza dos lençóis freáticos e outro para levar eletricidade. E ainda tem o elevador para descida e subida de pessoal

6. Se o terreno tiver mais terra que pedra, o túnel é aberto por até três escavadeiras ao mesmo tempo, que avançam de 1 a 2 metros por dia. Para acelerar o processo, saem duas frentes de escavação de cada poço de acesso, uma para cada lado

7. Conforme o túnel avança, ele precisa de uma estrutura para que as toneladas de terra sobre ele não desabem. A cada 80 cm de túnel, coloca-se uma estrutura metálica em arco, a cambota. Ela serve de suporte para a injeção de concreto nas paredes

8. Para ajudar nas perfurações, metrôs como o de São Paulo contam ainda com a máquina Shield, o popular "tatuzão". É uma megafuradeira cuja broca escava até 15 metros de terreno por dia. Os pedaços do subsolo são aspirados por um cano e caem numa esteira, para serem retirados

9. Pedras e terra trazidas da frente de escavação pelos caminhões se acumulam no poço de acesso. As carregadeiras colocam tudo em caçambas, que são puxadas até a superfície pela grua ou pórtico lá de cima. Em cada viagem sobem até 30 toneladas de entulho!

10. O entulho retirado segue para depósitos aprovados pelas autoridades ambientais. Na nova linha de metrô de São Paulo, o lixo segue para depósitos em Taboão da Serra e na obra do Rodoanel. Até o fim das obras, eles receberão em média 1,5 milhão de m3 de entulho, o suficiente para encher 600 piscinas olímpicas!